À CIDADE DA BAHIA
Triste Bahia! ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
Rica te vi eu já, tu a mi abundante.
A ti trocou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando, e tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante.
Deste em dar tanto açúcar excelente,
Pelas drogas inúteis, que abelhuda,
Simples aceitas do sagaz Brichote.
Oh se quisera Deus, que de repente,
Um dia amanheceras tão sisuda
Que fôra de algodão o teu capote.
Gregório de Mattos. Poemas escolhidos.Ed.de José Miguel Wisnik. São Paulo:Culrix, 1975. p.40; 42)
sábado, 20 de junho de 2009
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quarta-feira, 10 de junho de 2009
Abstrato e Concreto
Tudo o que não revelo
Pelo bem de quem mais quero,
Por saber que não há retorno,
Para não causar-lhe transtorno
Ou algum constrangimento
Guardo trancado no peito...
Abstratos sentimentos,
Esmiuçados lamentos,
Eternizados momentos
Que me fizeram crescer,
Que me fazem viver,
Ou quem sabe morrer...
O que trago no peito
É muito abstrato...ninguém pode ver...
É muito querer... sem nada ter...
É tanto amor...sem nenhum calor...
É desejo, é carinho,
É sofrer em desatino...
Até transbordar...
Sair da abstração,
Revelar a paixão
E se concretizar...
Quando não há mais jeito
O amor sai do peito...
Se revela e apela,
Mostra a cara e encara
E com jeito, sem medo,
Tende a se materializar...
Postado por jhuuly às 15:37 0 comentários
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Procura da Poesia
Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários,
os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo,
tão infenso à efusão lírica.
Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro
são indiferentes.
Nem me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.
Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
O canto não é o movimento das máquinas
nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar
nas ruas junto à linha de espuma.
O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.
Não dramatizes, não invoques,
não indagues. Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.
Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.
Carlos Drummond de Andrade
Postado por jhuuly às 14:40 0 comentários
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Quem Sabe um Dia.
Quem Sabe um dia
Quem sabe um dia
Quem sabe um seremos
Quem sabe um viveremos
Quem sabe um morreremos!
-
Quem é que
Quem é macho
Quem é fêmea
Quem é humano, apenas!
-
Sabe amar
Sabe de mim e de si
Sabe de nós
Sabe ser um!
-
Um dia
Um mês
Um ano
Um(a) vida!
-
Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois
-
Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois
-
Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois
-
Navegar primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depois.
Mário Quintana
Postado por jhuuly às 10:22 0 comentários
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O Rei dos Animais
Millôr Fernandes
MORAL: CADA UM TIRA DOS ACONTECIMENTOS A CONCLUSÃO QUE BEM ENTENDE.
Postado por jhuuly às 09:53 1 comentários
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segunda-feira, 1 de junho de 2009
‘- Gramática prescritiva.
É o conjunto de regras que normatizam o falar e o escrever de acordo com a língua padrão, que estuda a fonologia, morfologia, semântica e sintáxica.
‘Do dicionário:
1. Ling. Conjunto de regras que normatizam o falar e o escrever corretamente, segundo a língua-padrão.
2. Ling. Estudo em que se expõem essas regras.
3. Obra em que essas regras são expostas de maneira racional e didática: Escreveu uma gramática de alto nível.
4. Exemplar dessa obra: Ia sempre às aulas com a sua gramática na mão.
5. Ling. Estudo sistemático dos elementos (palavras, fonemas etc.) que constituem o sistema de uma língua: Gramática do tupi-guarani.
6. Conjunto de normas, regras, técnicas etc. que regem uma arte, ciência etc.: Seus filmes têm uma gramática própria e surpreendente.
‘-Gramática descritiva.
Tem como principal objetivo descrever o conhecimento de uma língua, independentemente de ser considerada correta pela norma-padrão.
‘Do dicionário:
1. Gram. A gramática tradicional de uma língua em um momento (sincrônica).2. Ling. Descrição completa e objetiva de todos os elementos de uma língua em um momento (sincrônica), em qualquer de suas variantes, tais como se apresentam nos enunciados produzidos, numa dessas variantes, por qualquer grupo de seus falantes nativos, sem filtros, críticas, correções etc. provindos de outras variantes possíveis; gramática expositiva.
‘-Em gramática, o que é estilística?
São estudos que servem para conferir a mensagem de mais impacto, estilo, beleza ou qualquer outro recurso expressivo.
‘Do dicionário:
1. Subdivisão da gramática que ainda é divida em três tipos de figuras de linguagem.
•figuras de sintaxe (ou construção): figuras pelas quais a construção da frase se afasta de algum modo, do modelo de uma estrutura gramatical, para dar destaque significativo, como processo estilístico, a algum membro da frase. • figuras de palavras: figuras que estão relacionadas com a mudança de sentido das palavras. 3) figuras de pensamentos: figuras que se posicionam no plano das idéias; faz-se por imaginação, por raciocínio, por desenvolvimento ou por significação simbólica.
•figuras de pensamentos: figuras que se posicionam no plano das idéias; faz-se por imaginação, por raciocínio, por desenvolvimento ou por significação simbólica.
Obs.: É uma parte da gramática que estuda as figuras de linguagem e as dividem em três classes.
Postado por jhuuly às 16:33 0 comentários
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